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Feromônio facial natural

O cheiro no paninho para introduzir um novo gato

Este texto foi escrito com a contribuição da Dra. Clarissa Niciporciukas[1]

A ideia é simples: promover um correio elegante entre os gatos, trocando mensagens amistosas e reconfortantes. Afinal, a primeira impressão é a que fica!

Na prática, o que se pretende é a apresentação dos gatos por meio de cheiros amigáveis, pois os feromônios faciais são usados pelos felinos como forma de reconhecimento, e os gatos os relacionam a trocas agradáveis.

Substâncias químicas produzidas pelo corpo, que causam reações comportamentais em indivíduos da mesma espécie, os feromônios faciais são liberados no ambiente quando o gato esfrega a cabeça, as bochechas e outras partes do corpo contra objetos, depositando o seu cheiro.

Outros gatos percebem o cheiro, por meio de um órgão sensorial, chamado vômero-nasal, localizado entre os lábios superiores e a entrada das narinas. Muita gente já deve ter percebido pela expressão facial que os gatos fazem após cheirar um objeto – eles abrem um pouco a boca e ficam parados, experimentando aquele odor.

Existem muitos outros feromônios produzidos por glândulas nos felinos, porém o feromônio facial foi identificado por cientistas como sendo um cheiro que relaxa e torna o gato familiarizado com o ambiente. Assim, ao sentirem o “cheiro” do feromônio facial, os gatos recebem a mensagem de que o ambiente é amigável e confiável.

O meu primeiro contato com a ideia do “feromônio do paninho” foi por meio de uma das minhas veterinárias, que o indica para manejar alguns problemas de comportamento. Ela recomenda que seja feita a familiarização com odores por alguns dias, semanas, ou o tempo que for necessário, antes de apresentar dois gatos desconhecidos, esfregando uma toalhinha limpa em um dos gatos, depois no outro, em seguida no primeiro, e assim por diante. Dessa forma, segundo ela, ao serem apresentados visualmente, os gatos – já com odores similares – têm mais chances de se darem bem.

Ouvi sobre este método novamente em um curso de manejo de estresse em felinos: o professor comentou que mexicanos coletaram os feromônios faciais, esfregando as bochechas dos gatos, diluíram em água destilada e borrifaram no ambiente para aliviar o estresse em gatis.

Como experiência pessoal, eu só usei o feromônio do paninho para reapresentar um relógio antigo, que ficou meses no conserto, ao doce, porém temperamental, Mingau. É que o moleque estava meio encasquetado com o tique taque e eu fiquei com receio de que ele resolvesse usar o pobre objeto para alguma mensagem não muito agradável, fazendo um belo xixi em cima. Esfreguei uma meia na cabeça do safado e depois no relógio. Por enquanto, tudo em paz e o relógio só recebeu mensagens amigáveis, com cabeçadas e bochechadas…

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Há poucas referências sobre o assunto, mas a especialista americana em comportamento felino, Pam Johnson-Bennett , sempre cita o método nas suas recomendações para introduzir novos gatos em casa.

Pela simplicidade e coerência do método, vale a tentativa!

 

Apresentando o novo gato aos demais

Você pode usar qualquer pano limpo, mas as meias, indicadas pela especialista americana, são práticas por vestirem bem as nossas mãos.

Coloque uma meia limpa em uma das mãos e esfregue suavemente na cabeça do novo gato, ao longo dos lados da boca, no queixo, nas bochechas e na testa, porque é nesta região que estão as glândulas responsáveis pela produção dos feromônios faciais. Faça isso durante um ou dois minutos de cada lado.

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Coloque a meia na área do gato já residente, para que ele entre em contato com o cheiro do novo gato, e possa fazer a sua investigação a partir de uma mensagem amigável.

Caso você tenha o feromônio sintético comercial, também pode dar uma borrifada na ponta contrária da meia, longe de onde esfregou no novo gato. Este uso não é obrigatório, mas pode aumentar a chance de sucesso.

Não se esqueça de oferecer uma recompensa aos gatos pelos comportamentos positivos. Dê um petisco que ele goste para qualquer demonstração de interesse na meia. Por exemplo, se o gato cheirá-la, ou mesmo apenas se aproximar, ofereça a recompensa. Se o comportamento for negativo, ignore. Comportamentos neutros devem ser entendidos como positivos e também recompensados, pois o que se procura são sinais de relaxamento e aceitação.

Deixe o seu gato à vontade com a meia, pois isso dará tempo para ele se acostumar com o cheiro do novo amigo de uma maneira segura.

Apresentando os gatos da casa ao novo gato

Agora é a hora de coletar a mensagem dos gatos residentes, para entregar ao recém-chegado.

Com o outro pé da meia, esfregue gentilmente o gato mais antigo, na mesma região da cabeça, ao longo dos lados da boca, no queixo, nas bochechas e na testa

Se você tiver mais que um gato, evite estressá-los e use um pé de meia para cada um deles.

Em seguida, coloque o pé de meia dentro do refúgio do novo gato e repita o processo descrito no passo anterior, recompensando os comportamentos positivos e ignorando os negativos.

Repita o processo algumas vezes antes de fazer a apresentação oficial dos gatos.

 

Infinitos usos

O truque do cheiro na meia pode ser usado em diversas situações para ajudar o gato a lidar com situações de estresse!

 

Referência bibliográfica

Johnson-Bennett, Pan. Cat vs. cat: keeping peace when you have more than one cat.

 

Sites consultados:

http://www.catbehaviorassociates.com/how-to-introduce-a-second-cat/

http://www.uff.br/clinicaveterinaria/teses/M251.pdf

[1] Médica Veterinária especialista em Acupuntura Veterinária. Mestre em Patologia Experimental e Comparada. Revisora do periódico da Clínica Veterinária (São Paulo) e Professora de acupuntura da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais- SP.

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