Uncategorized

Medicina veterinária do coletivo

Visão holística e ações conjuntas visando o bem-estar de todos os animais

 IMG_0484

A Universidade Federal de Minas Gerais sediou nos dias 7 e 8 de novembro a V Conferência Internacional de Medicina Veterinária do Coletivo. O evento, que foi organizado pelo Instituto Técnico de Educação e Controle Animal (ITEC), teve como tema a Saúde Única e o Manejo Populacional Canino e Felino.

O encontro deu ênfase a ações e projetos que visam garantir a saúde e o bem-estar de cães e gatos que vivem em abrigos e Centros de Controle de Zoonoses (CCZs), além de assuntos relacionados ao controle populacional e zoonoses. O bem-estar de outros animais foi abordado tanto em palestras quanto na exposição de trabalhos.

Para mim foram dois dias de aprendizado e muito prazer em conhecer pessoas e inciativas em favor dos animais e, infelizmente, entrar em  contato com algumas notícias ruins.

Começando pelo que não é bom, está a preocupação com os desdobramentos da portaria 1138 do Ministério da Saúde, que proíbe o uso de dinheiro do SUS para castrações de animais abandonados e carentes.

Entre as iniciativas boas, temos uma crescente preocupação com doações responsáveis e a ênfase no pós-adoção.

Pode-se dizer que a doação responsável envolve a preocupação crescente para que TODOS os animais sejam doados castrados e para que aqueles que tenham algum problema de comportamento recebam treinamento antes de ir para o novo lar, bem como envolve a procura por adotantes que realmente vejam os animais como membros da família e que os mantenham fora das ruas. Inclusive os gatos.

Tornou-se clara a importância do pós-adoção, que assessora os adotantes com eventuais problemas depois do recebimento do animal, aumentando a taxa de sucesso dos deles nos novos lares.

Especialmente interessante o trabalho que treina cães resgatados para reconhecer pelo olfato a Cetose em pacientes diabéticos e outros que conseguem alertar deficientes auditivos para barulhos como campainhas, telefones, alarmes, entre outros.

Abordou-se também a importância do bem-estar dentro de abrigos e CCZs, da avaliação das condições físicas e psicológicas dos animais na sua entrada e durante a permanência, que deve ser a menor possível, pois o objetivo deve sempre ser o de encontrar lares definitivos.

Comovente o relato de veterinários que criaram Ongs dentro de comunidades para atendimento a baixo custo e que estimulam que o animal seja inserido dentro do contexto familiar dessas pessoas. Isso é feito pelo exemplo de carinho e respeito com o bicho, além de confraternizações de fim de ano, quando são feitas as distribuições das famosas sacolinhas de presentes para as crianças, mas com um grande diferencial: o animal da família também é contemplado, pois teve o seu nome apresentado junto com o da criança!

Outro assunto que chamou a atenção diz respeito a pessoas que nunca tinham enxergado os animais de rua e que passaram a fazê-lo ao estudar o contexto e os desafios do mundo contemporâneo. As discussões de um grupo de estudos na UFMG, que abordou a escravidão animal e a cegueira da sociedade em relação aos animais de rua, acabaram dando visibilidade a eles dentro do grupo. E temos professores doutores de outras áreas do saber se dedicando ao assunto, na teoria e na prática!

Eu soube, ainda, que o Acúmulo de Animais — e também de objetos — ganhou, em 2013, status de diagnóstico, sendo incluído no Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. E que há grupos multidisciplinares trabalhando para oferecer apoio e pavimentar caminhos para políticas públicas que tratem do assunto.

Enfim, este relato é apenas uma parte do que foi apresentado. Ainda estamos engatinhando na direção de uma sociedade com comportamento minimamente correto em relação aos animais, mas iniciativas valorosas sempre acabam por nos dar alguma esperança.

Ao final da conferência, o sentimento foi de esperança de dias melhores para os animais e para quem se decida a proporcionar a eles uma vida mais digna.

Ficou também o desejo de que, cada vez mais, jovens optem pela residência e atuação na Medicina Veterinária do Coletivo, e que mais e mais pessoas possam oferecer a sua contribuição para um mundo sem tanto sofrimento àqueles que não têm voz própria.

Sites consultados:

http://www.itecbr.org/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=28

http://www.arcabrasil.org.br/blog/2010/08/voce-sabe-o-que-e-medicina-veterinaria-do-coletivo/

https://www.ufmg.br/online/arquivos/035888.shtml

http://www.onehealthinitiative.com/

https://www.facebook.com/Projeto.Segunda.Chance/info?tab=page_info

http://www.adoteumamigo.org.br/

http://www.maxemacao.com.br/ongs/associacao-cultural-teia-de-textos.html#.VHJ17Wd0zDc

 

admin

Informações biográficas sobre o autor.

Você também pode gostar...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Imagem CAPTCHA

*